É provável que você já tenha visto alguns Business Model Canvas ( ou Tela do Modelo de Negócios ). E é bem possível que você já tenha preenchido algumas versões também. Se existe um documento que representa a recente vaga de empreendedorismo é o Canvas*.
O sucesso do BMC é curioso e ao mesmo tempo, previsível:
- É curioso porque há décadas que se teoriza sobre a natureza dos negócios, seus formatos, estratégias e afins. E mesmo assim, nunca se havia chegado numa simplificação tão útil para tanta gente que não tem um background na área de administração.
- É previsível que o Business Model Canvas tenha ganho todo este destaque porque os seus criadores, Alex Osterwalder e Yves Pigneur, tiveram a visão de colaborar com especialistas em Pensamento Visual para criar uma ferramenta e não apenas uma teoria. Quando um teórico transforma a sua ideia em algo acionável, o valor dessa ideia explode.
É um detalhe importante: uma teoria nos ajuda a explicar o Mundo. Uma ferramenta nos ajuda a mudar o Mundo.
Claramente, a sacada está na organização espacial das perguntas feitas.
Ao pegar na sua proposta sobre os 9 elementos básicos de um negócio e lhes dar uma forma visual lógica, Osterwalder e Pygneur conseguiram aumentar o alcance da sua ideia revolucionária. Se as mesmas 9 perguntas que compõem um Business Model Canvas, estivessem na forma de um simples questionário não estaríamos agora falando da visão inovadora de ambos os autores.
Business Model Canvas não é sobre imagens bonitas
Outro ponto que é bem interessante é o fato do Business Model Canvas nem ser tão bonito. Ele é visual e tem pequenos ícones explicativos, mas a sua força está na estrutura lógica e não na riqueza da sua ilustração.
Bastam alguns traços simples para transformar qualquer folha em branco num esboço do seu próximo negócio. Isto é transformador, democrático e extremamente contemporâneo.
Claramente, a sacada está na organização espacial das perguntas feitas. Ela faz tanto sentido que ajuda qualquer pessoa não só a explicar a sua ideia de negócio, como também a explorar outras possíveis configurações da mesma. É toda a cristalização de um método em apenas uma página.
A grande lição que tiramos é que não basta uma ideia ou método ser bom, hoje em dia ele tem que ser empacotado num produto que empodere os seus usuários. Essa é a pequena mudança que transforma uma boa ideia em um produto educacional inovador.
*É verdade que existem outros tipos de canvas, mas o BMC acabou ganhando esse destaque.
Update, escrevi algumas dicas para começar a pensar em transformar o seu processo em um produto: